Brasil | 6 de enero de 2025
Por: agenciapulso

Sinovac facilitou o acesso dos países do Hemisfério Sul às vacinas contra a COVID-19

Segura e eficaz, com doses que não precisam de refrigeração, empresa possibilitou que mesmo moradores de regiões remotas fossem imunizados, num período em que outros imunizantes chegavam apenas a países ricos 


Mesmo um país que tenha muitas doses de vacina à disposição ainda precisa fazê-las chegar à população. Na América do Sul, com alguns dos maiores rios do mundo, montanhas e florestas, levar os imunizantes para todo o território, muitas vezes em lugares remotos, foi um grande desafio. 

Nesse contexto, a Sinovac se mostrou uma aliada e tanto de governos nacionais e locais e seus sistemas de saúde. Podendo ser armazenada por até 42 dias a 25o C, a vacina possibilitou que populações indígenas e ribeirinhas, por exemplo, pudessem ser vacinadas. 

«Nossa capacidade de distribuir vacinas em extremas condições na China, que tem regiões desafiadoras assim como no Brasil, combinada com nossa experiência durante a pandemia, nos dá confiança para garantir uma distribuição de vacinas irretocável, mesmo em regiões remotas como a Amazônia”, afirma Weining Meng, vice-presidente da Sinovac e representante da empresa no Brasil.

Enquanto outras vacinas chegaram primeiro na Europa e Estados Unidos, os mercados mais ricos, ainda no final de 2020, a Sinovac trouxe a primeira vacina contra a COVID-19 para a América Latina.

“O Butantan foi o primeiro fornecedor de vacinas contra a Covid-19 para a América Latina. Foi uma estratégia de transferência de tecnologia que nos favoreceu muito”, apontou a então coordenadora da Unidade Técnica de Medicamentos, Tecnologia e Pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Maria de los Angeles Cortés, durante visita ao Instituto Butantan em 2022. 

Um estudo divulgado em agosto de 2024, que avaliou 2163 voluntários entre vacinados e não vacinados, mostrou que a eficácia da vacina da Sinovac em prevenir casos moderados e leves de COVID-19 foi de 91%. 

Quando chegou ao Brasil, algumas informações equivocadas geraram dúvidas em parte da população. Ainda assim, a vacina provou sua importância no combate à pandemia e continua sendo aplicada no Programa Nacional de Imunizações. 

Três anos após o início da vacinação, permanece como uma opção recomendada, inclusive, para pessoas com menos de 40 anos. No final de 2022, o Ministério da Saúde, seguindo exemplos de países como Reino Unido e Estados Unidos, passou a sugerir a substituição de outras duas marcas de vacinas para esse grupo etário nas doses de reforço, devido ao risco de trombose observado após a aplicação.

Na avaliação de Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a situação no Brasil era tão crítica em 2021 que qualquer vacina, desde que aprovada pelo órgão, seria bem-vinda.

Mesmo nesse contexto, porém, a parceria do Instituto Butantan com a Sinovac foi “muito inteligente”, dado o histórico da empresa chinesa, fundada em 2001, na produção de vacinas. E também pelo fato de não necessitar de refrigeração em baixíssimas temperaturas, como era o caso de outras vacinas que se apresentavam no mercado naquele momento.

Aliada perfeita

Antes que fosse fabricada no Brasil pela parceira da Sinovac no país, o Instituto Butantan, as primeiras 10,8 milhões de doses foram importadas da China. Após esse período, passaram a ser fabricadas na instituição paulista, uma das mais respeitadas do mundo, chegando a 125 milhões de doses no total.

Em outros países da América do Sul, a vacina também foi estratégica para atender populações espalhadas nos cantos mais recônditos do continente. Era o momento em que a variante Gama, então conhecida como P.1, se originara em Manaus e caía por terra a possibilidade de uma imunidade de rebanho, como chegou-se a acreditar que aconteceria com o SARS-CoV-2. 

“Alguns ainda insistiam que a contaminação do maior número possível de pessoas levaria à imunidade de rebanho. A Gama acabou de vez com essa perspectiva, uma vez que ela surge e aumenta o número de mortes, justamente quando a maior parte da população de Manaus já havia tido contato com o vírus”, lembra Vecina.

O enorme desafio de conduzir vacinações em larga escala na Amazônia, dado o isolamento de muitas comunidades e a infraestrutura precária de navegação por rios e as poucas estradas, precisava ser superado. A Sinovac foi a aliada perfeita.

Crianças

A vacina da Sinovac foi autorizada para uso no Brasil no dia 17 de janeiro de 2021. Um ano depois, a Anvisa autorizou a ampliação do uso da vacina para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos de idade. Ainda em março de 2022, o Instituto Butantan solicitou a ampliação do uso para crianças de 3 a 5 anos.

A aprovação, por unanimidade, veio no dia 13 de julho e incluía mesmo crianças imunossuprimidas e com comorbidades. A decisão se baseava em estudos clínicos e em dados epidemiológicos que demonstraram a efetividade e a segurança no público infantil. 

No Chile, a vacina havia sido a mais segura para as crianças e teve a menor taxa de eventos adversos registrada. Outros países como China, Colômbia, Tailândia, Camboja e Equador já haviam administrado as doses em crianças de 3 anos ou mais. A partir de 2023, crianças a partir de 6 meses passaram a poder ser vacinadas contra a COVID-19.

Até outubro de 2024, mais de cinco milhões de crianças de 6 meses a 11 anos de idade haviam sido vacinadas com três doses contra a COVID-19. Entre 12 e 17 anos, eram pouco mais de 6,5 milhões, segundo o Ministério da Saúde.

A Sinovac teve papel central no encerramento da pandemia, tanto no Brasil quanto no cenário global. Sua adoção em diversos países do Hemisfério Sul ajudou a equilibrar a distribuição de vacinas mundialmente, contribuindo para uma resposta mais equitativa à crise da COVID-19.

Comparte

WhatsAppLinkedInFacebookCopy Link